terça-feira, 30 de junho de 2009

Práticas de linguagem oral e alfabetização inicial na escola

Nas aulas dos dias 16/06 e 23/06 discutimos o texto "Práticas de linguagem oral e alfabetização na escola: perspectva sociolingüística" de Erik Jacobson.

O texto reforma mais uma vez a importância de se considerar a realidade da criança na medida em que sua socialização e convivência com a linguagem e com a escrita se torna possível antes mesmo de estar inserida no ambiente escolar. No entato, o texto me chamou muita atenção para uma questão ainda não debatida em sala : os contextos multilíngües ou multidialetais. Os termos se referem a diversas identidades linguísticas que se reunem no mesmo espaço da sala de aula. E então com trabalhar com a diversidade encontrada na realidade do aluno? Essa questão me remeteu imediatamente a questão do preconceito lingüístico.

Para trabalhar com as diferenças primeiramente o professor dever se libertar de qualquer tipo de preconceito que desvalorize as diversidades culturais e linguíticas que fujam a norma culta da língua, já que o objetivo é alfabetizar a partir da comunidade e do cotidiano da criança. É preciso que haja uma valorização dos múltiplos discursos para que seja possível.

O documentário "Preconceito Linguístico" disponível em http://www.youtube.com/watch?v=iBHMajeluNg retrata muito bem essa questão tão cumum mostra as raízes da diversidade linguística com as quais nossas crianças convivem e se apropriam.
Nesse sentido não há como negar que as crianças durante a alfabetização apresentam níveis diferentes de dificuldade como consequência direta da linguagem produzida no seu ambiente familiar. Essa linguagem pode se aproximar ou se distanciar do discurso formal da escola por fatores culturais, sociais e economicos historicamente produzidos como o texto de Erik Jacobson e o documentário apresentam.
Acredito que ao pensar na fala e na escrita como meios organização explícita do que se pensa, o professor deve ser um mediador nesse processo com a criança. E portanto destaco um trecho do texto que considero muito relevante : "Em vez de se centrar unicamente naquilo que lhes "falta", deveríamos pensar em quais são seus pontos fortes, inclusive quando esses pontos fortes não são os valorizados tradicionalmente no ambiente escolar."
O saber escolar e principalmente a alfabetização normatizada não podem ser impostos à criança como a única forma correta de se falar, mas sim como uma forma ampliada que construida socialmente amplia as possibilidade de se expressar. Por isso, não cabe a escola e ao professor reproduzir mecanicamente apenas as relações entre letra e som, mas sim tornar a sala de aula um espaço aberto para interações sociais proporcionando uma educação mais crítica e reflexiva.



segunda-feira, 29 de junho de 2009

Análise das questões do texto Oralidade e escrita


Conforme proposta mencionada na postagem do dia 03/06 , eu e meu amigo Edson montamos um texto abordado todas elas com as devidas alterações solicitadas. Então o resultado está aqui....


O texto aborda basicamente a atitude conversacional e os elementos que a compõem.


Entedemos por atitude conversacional o ato de duas ou mais pessoas que interagindo produzam um diálogo onde exista uma troca de idéias que não precisam, necessariamente, concordarem em seus pontos de vista. O diálogo deve ser conduzido de forma que as pessoas tenham sua oportunidade de falar e não apenas um falante tome posse exclusiva da palavra. Além disso, as falas devem ter coesão e coerência, o que a torna um domínio de todos os participantes que a produzem por terem algum objetivo em comum, objetivo esse que faz com que a conversa se torne possível.




Fica evidente que a atitude conversacional é uma construção coletiva e que tem uma estrutura organizada para que se concretize. Nesse sentido, existem autores que se dedicaram a pensar sobre essa questão. Um dele é Ventola que apresenta estudos sobre a estrutura da conversação espontânea. Assim ela destaca cinco variáveis que se estabelecem nesse tipo de conversa:






  1. Tópico ou assunto: é por meio dele que se inicia e se mantém o processo de conversação e conseqüentemente as relações sociais entre os interlocutores.



  2. Tipo de situação: a autora estabelece como um encontro face a face em que se deve levar em consideração atividades verbais e não-verbais. Mas, pensando que a conversa pode acontecer em situações, não só face a face, o meio que se usa para realizá-la pode afetar o seu desdobramento.




  3. Papéis dos participantes :o papel social de cada indivíduo evidencia e determina que tipo de fala ele fará uso numa situação social particular.




  4. Modo: varia de acordo com a intenção e a que se dirige o discurso. Pode ser formal ou informal, depende do que se pretende.




  5. Meio do discurso: canal que torna a comunicação possível. Exemplos: telefone, Internet e oralmente.

Outro autor mencionado no texto é Dittmann, que define e análisa as características básicas do texto falado:




  • para que a conversa aconteça é preciso que haja, no mínimo, dois falantes e que ambos interajam e compartilhem idéias;


  • a oportunidade da fala não pode ficar a cargo de uma pessoa só, é preciso que haja alternância ao menos uma vez;


  • a conversa precisa seguir uma sequência lógica, ter começo, meio e fim. Não pode haver uma ruptura sem sentido de forma que alguém não entenda;


  • a conversa não acontece , necessariamente, num tem tempo detremindo, mas precisa ter início e fim;


  • é necessário que haja uma interação centrada, ou seja, que os falates tenham foco no assunto que está sendo desenvolvido.

Podemos dizer que fala se estrutura nos níveis local e global.



O nível local está sempre focado no interlocutor e ocorre por meio dos turnos com um falando após o outro.


Ex.: A- Vamos sair hoje?



B- vamos sim... Com o meu carro ou com seu?



A- Podemos ir no meu.



O nível global além de apresentar o nível local também obedece a certas regras de formulação, principalmente na condução do tópico discurssivo. Há possibilidades do assunto avançar.



Ex.: A- Vamos sair hoje?



B- vamos sim... Com o meu carro ou com o seu?



A- o meu tá na oficina... não te contei o que aconteceu com ele quando vinha ontem do trabalho?



B- não... o que houve?



A- eu sai do trabalho e quando passava pela rua principal...



Como mencionamos anteriormente, a coesão e a coerência são elementos fundamentais na produção do texto falado. Mas, acrescentamos que também são imprescidíveis na contrução do texto escrito. Analisando mais especificamente a coesão, as autoras destacam os três recusos que são mais usados:





  1. coesão referencial: quando um componente da continuação textual remete-se a outro componente, do próprio texto, sempre o substituindo. Ex: Estava com a minha mãe na escola, mas não falei um ai com ela.



  2. coesão recorrencial: o principal componente desse elemento é a paráfrase, ou seja, há substituição um termo por outro equivalente. Ex.: A- estou com manchas na pele... vou a um especialista. / B- vai ao dermatologista ?



  3. coesão sequencial: há presença dos conectores, estes favorecem a continuidade da conversa. Ex.: A- Se fizer sol vomos a praia, né?/ B- Claro! Eu adoro dar um mergulho e.../ A- e não faz mal a ninguém.

No aspecto da organização e estruturação do texto falado, destacam-se quatro elemento básicos, sendo eles:




  • Turno: é a produção do interlocutor no momento em que ele está com a palavra, incluindo-se a possibilidade de silêncio ou sinais de monitoramento como ahn ahn; certo; sei. Podemos dizer, então, que a conversa se constitui por uma sucessão de turnos na medida em há interação entre os interlocutores. Ex: A - Hoje vou assistir a uma exposição que esta sendo muito comentada... /B - Sei ! A que apresenta o Rio antigo. /A - Isso! Essa mesma!

Cabe destacar o modelo elementar para conversação idealizado por Sacks, Schegloff & Jefferson e que apresenta propriedades contidas em qualquer conversação: a presença da troca de falantes; uma pessoa fala de cada vez durante o turno; mais de um falante por vez pode acontecer, mas de forma breve; a ordem e o tamanho do turno são variáveis; a fala pode ser contínua ou não; na construção do turno podem ser usados lexema, sintagama, sentença; os participantes podem fazer uso de recursos para solucionar interrupções ou falhas na troca de turnos; a extensão da conversa,a fala de cada pessoa, a distribuição dos turnos e o número de participantes da conversa não são elementos fixos nem previamnete especificados.




  • Tópico discursivo: é o tema da conversa. É o assunto sobre o qual os falantes conversam. Ele pode estar explícito ou implícito sendo possível identificá-lo pelo contexto da conversa. Ex: A – essa crise está afetando a todos. Fui demitido com mais trinta colegas. /B – nem fala... Lá na empresa há boatos que por causa da crise vão ter que reduzir os custos. É capaz de sobrar pra mim também.

O texto presenta ainda as seguintes propriedades para o tópico discursivo:


centração: é o conteúdo, o assunto em si;


organicidade: são assuntos que vão surgindo a partir do tema central;


delimitação local: refere-se ao início e ao fim da conversa mesmo que não esteja evidente.




  • marcadores conversacionais: são fundamentais, pois dão maior expressão ao texto através da representação verbal, da entonação e de elementos não-linguísticos contribuindo assim fortemente para interação dos falantes. Segundo Marcuschi, eles são classificados como:

marcador simples – uma só palavra. Ex. aí, então, claro


marcador composto – apresenta um caráter sintagmático com tendência a cristalização. Ex. aí depois, quer dizer que.


marcador oracional – são pequenas orações que se apresentam nos diversos tempos e formas verbais. Ex. então eu acho, que dizer que.


marcador prosódico – apresenta-se por meio de recursos prosódicos. Ex. a pausa, entonação.




  • par adjacente: é elemento básico na interação. É a relação que se dá entre pergunta-resposta, convite-aceitação ou recusa, pedido-concordância ou recusa, saudação-saudação.
    Ex: A- como vai a família? As crianças estão bem?
    B – está tudo bem. As crianças estão aprontado cada dia mais!

Existem formas pelas quais eles podem ser usados:


Introdução de tópico: usado no início da conversa;


Continuidade do tópico: dá continuidade a conversa;


Redirecionamneto do tópico: funciona como elemento de mudamça de tópico quando os participantes sentem que o anterior se esgotou.



Achamos o texto bem interessante, na medida em que foi possível percebrmos a relação da oralidade e da escrita com exemplos do nosso cotidiano. Conhecer a nossa língua nos enriquece enquanto futuros alfabetizadores.











quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mais uma vez (Renato Russo)

Há muitas formas de dizermos o que sentimos e o que pensamos... uma poesia, uma música, uma imagem podem expressar muitas coisas...
Essa música retrata o que sinto agora... As vezes a gente cansa, desanima e pensa que não vai conseguir... eu acredito sim que todo sonho é posível de ser realizado... mas primeiro é preciso confiar em si mesmo...








Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de láTem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Contexto de alfabetização em sala de aula




Nos dias 26/05 e 02/06 discuitmos sobre o texto "Contexto de alfabetização na aula" de Ana teberosky e Núria Ribeira.




O texto inicia com a questão da ruptura que temos hoje com as idéias mais tradicionais de que a criança chegava a escola sem conhecimento algum e que deviam ser preparadas para iniciar o processo de aprendizagem. As autoras evidenciam possíveis contextos de aprendizagem que iniciam esse processo muito antes da escola e que mais tarde podem ser facilitadores no processamento do ensino em sala.


Desde o nascimento a criança está cercada de informações, seja por material impresso que tenha acesso ou observando e interagindo com a leitura e escrita do adulto, ela já se relaciona com esse universo. Dessa forma, as cartilhas descontextualizadas que se fazem presentes nos modelos mais tradidicionais perdem sentido de uso se pensarmos nas diversas possibilidades de situações que podem ser criadas auxiliando o processo de alfabetização a partir dos suportes que a criança já tem acesso e outros que ampliem seu conhecimento.


Nesse sentido, reforço a idéia da importância que a criança manuseie diferentes tipos de texto percebendo seu conteúdo, estrutura, finalidade, interpretação... Para tanto, é imprescindível que a escolha dos textos foque propositalmente a aprendizagem sempre porque num mesmo suporte (livro, jornal, revista, etc) podem estar presentes tipos de textos diferentes, imagens, estruturas que, comparando, o aluno passa a reconhecer através do contato direto.

Outro fator interessante é a leitura dialógica:


"A leitura dialógica privilegia a interação. As "leituras de mundo" podem fluir e o espaço se abre para que a "leitura da palavra" seja um processo natural." ¹


A leitura em voz alta para crianças que ainda não lêem é uma grande oportunidade ampliar seu vocabulário e quando a leitura acompanha perguntas, participação da criança, questionamentos a aprendizagem é ainda maior. Assim é possível perceber até onde ela tem conseguido desenvolver e induzí-la a refletir sobre os questionamentos e avançar suas percepções.


Destaco ainda a necessidade de, quando a criança já produz sua escrita, fazê-la confrontar sua própria escrita e até confrontar-se com a escrita do colega. Esse é um método que produz grande zvanço, pois a própria criança chega a certas conclusões que o direcionam a ter coerência no ato da escrita através das comparações e associações.


Por fim, penso ser relevante que o professor ao incentivar seu aluno a escrever, também produza textos próprios e textos em conjunto com eles. O livro didático não dá conta de tudo. Além disso é uma grande motivação para a criança saber todos são capazes de produzir textos e que eles podem ser usados para atividades em sala.

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Oralidade e escrita


Nos dias 12/05 e 19/05 discutimos em sala a respeito do texto "Oralidade e escrita perspectivas para o ensino da língua materna". Além disso, estamos ainda desenvolvendo questões sobre esse texto que estão sendo analisadas e posteriormente postarei aqui.


A respeito do texto, destaco aqui a relevância dos conceitos apresentados por acreditar que, a partir do momento que vamos trabalhar com ensino da nossa língua, é fundamental que tenhamos ao menos noções básicas de como se dá o processo de contrução de textos orais.



Conhecendo os termos apresentados pelo texto podemos planejar atividades de alfabetização que tenham maior sentido para a criança. Para tanto, acredito que o primeiro passo seja trabalhar a oralidade percebendo como isso funciona no cotidiano da criança. Por exemplo, quando temos plena consciência de que o processo conversacional (atividade constante no dia-a-dia) se dá quando há interação entre as pessoas e para que ela aconteça existem elementos fundamentais, é possível trabalhar com essa relação entre as crianças de modo que falem e respeitem o momento do outro falar. Mostrar de alguma forma que, dentro de uma conversa corriqueira, existem elementos que surgem naturalmente como o assunto, a troca de idéias, o começo, o meio e o fim que caracterizam a conversa.



É evidente que não vamos trabalhar com as crianças a conceituação do turno, da coerência, dos marcadores conversacionais. O propósito é que o professor conheça esses elementos para que através de uma outra representação a criança percepa que esses conceitos devem estar presentes na sua prática conversacional. Estimular o aluno a simular as diversas variáveis de forma que ele chegue a conclusão que quando conversa com alguém ele tem o seu momento de falar e outro também, e que quando falam juntos é mais difícil de se entenderem. Percebam que a conversa precisa ter sentido de forma que todos possam acompanhar os assuntos que são tratados.



Quando o professor conhecer melhor da sua língua tem possibilidades de ensinar melhor, além de conhecer mais de si memo entendendo como esse processo também está presente nas suas relações.



Confesso que a princípio achei esse texto complexo demais já que não estamos nos formando em língua portuguesa. No entanto, agora entedo que conhecer os elementos que compõem a atitude conversacional é simplesmente dar nomes a práticas que exercitamos a todo instatante. No caso da criança, esses elementos ainda estão sendo construídos e portanto precisamos conhecer aquilo que ensinamos. Se vamos ensinar a criança a construir e organizar a sua fala é fundamental que tenhamos conceitos básicos sobre que dão sustentação aos conhecimentos práticos.



Como sempre, teoia e prática precisam estar aliadas para propocionar uma educação melhor.