segunda-feira, 29 de junho de 2009

Análise das questões do texto Oralidade e escrita


Conforme proposta mencionada na postagem do dia 03/06 , eu e meu amigo Edson montamos um texto abordado todas elas com as devidas alterações solicitadas. Então o resultado está aqui....


O texto aborda basicamente a atitude conversacional e os elementos que a compõem.


Entedemos por atitude conversacional o ato de duas ou mais pessoas que interagindo produzam um diálogo onde exista uma troca de idéias que não precisam, necessariamente, concordarem em seus pontos de vista. O diálogo deve ser conduzido de forma que as pessoas tenham sua oportunidade de falar e não apenas um falante tome posse exclusiva da palavra. Além disso, as falas devem ter coesão e coerência, o que a torna um domínio de todos os participantes que a produzem por terem algum objetivo em comum, objetivo esse que faz com que a conversa se torne possível.




Fica evidente que a atitude conversacional é uma construção coletiva e que tem uma estrutura organizada para que se concretize. Nesse sentido, existem autores que se dedicaram a pensar sobre essa questão. Um dele é Ventola que apresenta estudos sobre a estrutura da conversação espontânea. Assim ela destaca cinco variáveis que se estabelecem nesse tipo de conversa:






  1. Tópico ou assunto: é por meio dele que se inicia e se mantém o processo de conversação e conseqüentemente as relações sociais entre os interlocutores.



  2. Tipo de situação: a autora estabelece como um encontro face a face em que se deve levar em consideração atividades verbais e não-verbais. Mas, pensando que a conversa pode acontecer em situações, não só face a face, o meio que se usa para realizá-la pode afetar o seu desdobramento.




  3. Papéis dos participantes :o papel social de cada indivíduo evidencia e determina que tipo de fala ele fará uso numa situação social particular.




  4. Modo: varia de acordo com a intenção e a que se dirige o discurso. Pode ser formal ou informal, depende do que se pretende.




  5. Meio do discurso: canal que torna a comunicação possível. Exemplos: telefone, Internet e oralmente.

Outro autor mencionado no texto é Dittmann, que define e análisa as características básicas do texto falado:




  • para que a conversa aconteça é preciso que haja, no mínimo, dois falantes e que ambos interajam e compartilhem idéias;


  • a oportunidade da fala não pode ficar a cargo de uma pessoa só, é preciso que haja alternância ao menos uma vez;


  • a conversa precisa seguir uma sequência lógica, ter começo, meio e fim. Não pode haver uma ruptura sem sentido de forma que alguém não entenda;


  • a conversa não acontece , necessariamente, num tem tempo detremindo, mas precisa ter início e fim;


  • é necessário que haja uma interação centrada, ou seja, que os falates tenham foco no assunto que está sendo desenvolvido.

Podemos dizer que fala se estrutura nos níveis local e global.



O nível local está sempre focado no interlocutor e ocorre por meio dos turnos com um falando após o outro.


Ex.: A- Vamos sair hoje?



B- vamos sim... Com o meu carro ou com seu?



A- Podemos ir no meu.



O nível global além de apresentar o nível local também obedece a certas regras de formulação, principalmente na condução do tópico discurssivo. Há possibilidades do assunto avançar.



Ex.: A- Vamos sair hoje?



B- vamos sim... Com o meu carro ou com o seu?



A- o meu tá na oficina... não te contei o que aconteceu com ele quando vinha ontem do trabalho?



B- não... o que houve?



A- eu sai do trabalho e quando passava pela rua principal...



Como mencionamos anteriormente, a coesão e a coerência são elementos fundamentais na produção do texto falado. Mas, acrescentamos que também são imprescidíveis na contrução do texto escrito. Analisando mais especificamente a coesão, as autoras destacam os três recusos que são mais usados:





  1. coesão referencial: quando um componente da continuação textual remete-se a outro componente, do próprio texto, sempre o substituindo. Ex: Estava com a minha mãe na escola, mas não falei um ai com ela.



  2. coesão recorrencial: o principal componente desse elemento é a paráfrase, ou seja, há substituição um termo por outro equivalente. Ex.: A- estou com manchas na pele... vou a um especialista. / B- vai ao dermatologista ?



  3. coesão sequencial: há presença dos conectores, estes favorecem a continuidade da conversa. Ex.: A- Se fizer sol vomos a praia, né?/ B- Claro! Eu adoro dar um mergulho e.../ A- e não faz mal a ninguém.

No aspecto da organização e estruturação do texto falado, destacam-se quatro elemento básicos, sendo eles:




  • Turno: é a produção do interlocutor no momento em que ele está com a palavra, incluindo-se a possibilidade de silêncio ou sinais de monitoramento como ahn ahn; certo; sei. Podemos dizer, então, que a conversa se constitui por uma sucessão de turnos na medida em há interação entre os interlocutores. Ex: A - Hoje vou assistir a uma exposição que esta sendo muito comentada... /B - Sei ! A que apresenta o Rio antigo. /A - Isso! Essa mesma!

Cabe destacar o modelo elementar para conversação idealizado por Sacks, Schegloff & Jefferson e que apresenta propriedades contidas em qualquer conversação: a presença da troca de falantes; uma pessoa fala de cada vez durante o turno; mais de um falante por vez pode acontecer, mas de forma breve; a ordem e o tamanho do turno são variáveis; a fala pode ser contínua ou não; na construção do turno podem ser usados lexema, sintagama, sentença; os participantes podem fazer uso de recursos para solucionar interrupções ou falhas na troca de turnos; a extensão da conversa,a fala de cada pessoa, a distribuição dos turnos e o número de participantes da conversa não são elementos fixos nem previamnete especificados.




  • Tópico discursivo: é o tema da conversa. É o assunto sobre o qual os falantes conversam. Ele pode estar explícito ou implícito sendo possível identificá-lo pelo contexto da conversa. Ex: A – essa crise está afetando a todos. Fui demitido com mais trinta colegas. /B – nem fala... Lá na empresa há boatos que por causa da crise vão ter que reduzir os custos. É capaz de sobrar pra mim também.

O texto presenta ainda as seguintes propriedades para o tópico discursivo:


centração: é o conteúdo, o assunto em si;


organicidade: são assuntos que vão surgindo a partir do tema central;


delimitação local: refere-se ao início e ao fim da conversa mesmo que não esteja evidente.




  • marcadores conversacionais: são fundamentais, pois dão maior expressão ao texto através da representação verbal, da entonação e de elementos não-linguísticos contribuindo assim fortemente para interação dos falantes. Segundo Marcuschi, eles são classificados como:

marcador simples – uma só palavra. Ex. aí, então, claro


marcador composto – apresenta um caráter sintagmático com tendência a cristalização. Ex. aí depois, quer dizer que.


marcador oracional – são pequenas orações que se apresentam nos diversos tempos e formas verbais. Ex. então eu acho, que dizer que.


marcador prosódico – apresenta-se por meio de recursos prosódicos. Ex. a pausa, entonação.




  • par adjacente: é elemento básico na interação. É a relação que se dá entre pergunta-resposta, convite-aceitação ou recusa, pedido-concordância ou recusa, saudação-saudação.
    Ex: A- como vai a família? As crianças estão bem?
    B – está tudo bem. As crianças estão aprontado cada dia mais!

Existem formas pelas quais eles podem ser usados:


Introdução de tópico: usado no início da conversa;


Continuidade do tópico: dá continuidade a conversa;


Redirecionamneto do tópico: funciona como elemento de mudamça de tópico quando os participantes sentem que o anterior se esgotou.



Achamos o texto bem interessante, na medida em que foi possível percebrmos a relação da oralidade e da escrita com exemplos do nosso cotidiano. Conhecer a nossa língua nos enriquece enquanto futuros alfabetizadores.











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