quinta-feira, 16 de julho de 2009

Os problemas cognitivos envolvidos na construçaõ da representação escrita da linguagem.


Esse é um texto de Emília Ferreiro que trata principalmente da questão de como as dificuldades que a criança tem com língua podem se refletir nas dificuldade na escrita. Tendo por base a teoria de Piaget, Ferreiro avança em seus questionamentos de forma a pensar de que forma se dá o processo de desenvolvimento na alfabetização possibilitando que a criança avançe de um nível para o outro.

Esse níveis pré-alfabéticos são representações que a criança consegue estabelecer antes mesmos da alfabetização completa. Essa representações acontecem dentro da seguinte ordem: num primeiro momento, representações que não estabelecem correspondência entre som e escrita, em seguida representações silábicas as representações silábico-alfabéticos. Essas etapas vão sendo desenvolvidas a partir de assimilações das informações oferecidas e a interpretação pessoal. Dessa forma é fundamental que o professor, enquanto mediador, tenha conhecimento suficiente para entender as lógicas estabelecidas pela criança enão desconsiderar toda sua construção.

Ferreiro, apresenta ao longo do texto problemas cognitivos que interferem na representação escrita. Um exemplo disso, seriam problemas de classificação, já que nossa representação escrita se dá através de pauzinhos e bolinhas, e ambos podem representar números ou letras, por isso é compreensível que em processo de alfabetização, se confunda "b", "d" e "9". Avançando o desenvolvimeto, surgem dificuldades quanto aos objetos e significados. Apesar de afirmar que existem inúmeros problemas, a autora se dedica um só nesse texto "a relação entre o todo e as partes que o constituem", ou seja, a dificuldade que se tem em identicar as partes que constituem o todo da palavra mesmo que já se tenha estabelecido a hipótese da quantidade mínima (a criança entende que não se escreve uma palavra com uma letra só). A questão é que ao estabelecer essa hipótese, a criança atribui a mesma relação da parte ao todo. Sendo assim, ao tentar representar o plural, ela pode relacionar cada letra a um objeto ( parte) e a escrita completa ao conjunto de objetos. Coforme forem passando as etapas de desenvolvimeto a criança pode fazer assimilações diferentes, mas que correspondam a uma certa lógica que faz muito sentido para elas.
O que destaco nesse desenvolvimento é o o que Piaget chama de tematização. Processo fundamental que torna a aprendizagem possível. A tematização é consciência que se tem a partir de um conhecimento anteriore que se desenvolve um novo, ou seja, um processo de reconstrução que exige um grande esforço e que levará a nosvas conclusões. Esse tomada de consciencia é que torna possível o avanço e desenvolvimento da criaçança. Quando ela reflete sobre a sua escrita, em determinado momento ela percebe que a sua lógica já não funciona mais, logo ela busca novas assimilações.
Seguindo a mesma relação da parte com o todo, a criança tenta estabelecer uma correspondência entre o número de letras e sílabas (hipótese silábica), por exemplo, 1 letra = 1 elemento = 1 sílaba. Da mesma forma, em outro momento, ela pode entender uma palavra como uma oração completa. Para que ela estabeleça corretamente a hipótese silábica pode-se trabalhar com a relação número x objeto. Nessa relação, a criança enfrenta os problemas de correspondência quantitativa e qualitativa, pois além de saberem quantas letras precisam para escrever uma palavra também precisam saber quais são elas.

Acrescento nesta postagem uma observação feita em sala que considero muito relevante. O universo linguístico da criança de diferentes classes sociais não influencia o processo e desenvolvimento de alfabetização. A bagagem cultural exite em todas as classes sociais e seus repertórios devem ser ampliados em sala.

Um comentário:

  1. Reflexão muito bem elaborada!! Seria interessante fazer mais relações entre teoria e prática!!! Fica a sugestão...

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